História dos Sistemas Operacionais – Parte 2

Do começo dos computadores de grande porte até a quarta geração de computadores, os sistemas operacionais sempre foram uma necessidade. Quando o Unix chegou em 1969, tornou algumas coisas possíveis e facilitou a propagação dos computadores domésticos da época.

Nesta segunda parte, você vai entender como aconteceu o desenvolvimento de algumas empresas conhecidas hoje no mercado além dos seus primeiros sistemas operacionais que foram desenvolvidos. Posso entrar no seu smartphone?

Se você me permite, muito obrigado, eu sou pétrus davi e este é o versão beta sobre a história dos sistemas operacionais, parte 2.

Recados

Hoje teremos mais um recado, prometo que vai ser rápido. O recado é que agora temos uma conta no Instagram! Você pode procurar por versaobetapod, do mesmo jeito como no facebook e twitter para ter notificações de quando os episódios são lançados além de conteúdo extra sobre o episódio da semana.

O segundo recado é que se você chegou neste programa por esse episódio, eu sugiro que dê uma pausa e escute a primeira parte da história dos sistemas operacionais, assim você terá um completo entendimento dos assuntos que vou falar nesse episódio. Recados dados, vamos ao episódio.

1. Quarta geração de computadores (1980-Presente):

Então, anteriormente vimos que o começo dos sistemas não foi algo tão promissor, haviam muitas dúvidas sobre o que eram sistemas operacionais e alguns até se perguntavam se eles era realmente necessário, já que até então, não haviam computadores com uma interface gráfica.

Neste caso, uma interface gráfica é o modo como conhecemos os nossos computadores ou smartphones e podemos personalizá-los com atalhos, cores e funções diferentes. Do mesmo jeito que era no começo da internet antes do DNS onde você tinha que decorar todos os endereços que você queria. Os sistemas da época eram todos baseados em texto e você como usuário tinha que decorar uma série de comandos para usá-lo corretamente.

Só que a quarta geração de computadores, que começou nos anos 80 e continua até hoje estava para mudar esse pensamento.

1.1 CP/M: Control Program for Microcomputers (Programa de Controle para Microcomputadores)

Em 1974 foi o lançamento do Intel 8080, um dos primeiros processadores da época, a empresa também queria lançar um sistema operacional que pudesse testar sua real capacidade. Então a intel pediu a Gary Kindall, um de seus consultores, para desenvolver um sistema operacional para o 8080.

Com isso, Gary escreveu o CP/M, que significa Programa de Controle para Microcomputadores, em uma tradução literal. Era um sistema operacional baseado em discos flexíveis ou comumente conhecido como disquete. Só essa adição já trazia algumas vantagens, primeiro que você poderia acessar os arquivos mais rapidamente e a segunda é que você poderia de fato salvar arquivos no seu computador.

Vale ressaltar que naquela época ainda não existiam Hds como hoje e os disquetes ainda estavam tomando seu espaço no mercado, então eles eram caros demais para colocar em computadores domésticos. Partindo desse princípio, a Intel não teve objeções quando Gary Kildall pediu os direitos sobre o desenvolvimento do CP/M e os cedeu sem problemas. Após isso, Kildall abriu sua própria empresa, a Digital Research para trabalhar no CP/M e vendê-lo.

Em 1977, a Digital Research fez mudanças no CP/M para que ele pudesse rodar não só no Intel 8080 como em vários outros processadores da época. Além disso, vários programas aplicativos também foram escritos para o CP/M, o que o tornou a bola da vez no mercado de sistemas operacionais por pelo menos cinco anos.

1.2 Entra o MS-DOS no jogo

No começo dos anos 80, a IBM lançou o IBM PC e saiu em busca de algum sistema operacional para que pudesse rodar nele. Ela contatou primeiro Bill Gates, que por sua vez indicou a Digital Research. Em uma situação muito controversa, a Digital Reseach acabou não fechando contrato com a IBM.

Alguns dizem que Gary Kildall se recusou a ir na reunião e mandou um advogado em seu lugar. O tal advogado que se recusou a assinar o termo de sigilo da IBM sobre o IBM PC e as negociações morreram.

Logos após isso, a IBM contatou novamente Bill Gates e dessa vez, após comprar o DOS (Sistema Operacional de Disco na tradução literal) de uma fabricante de computadores local, o vendeu para a IBM. A IBM pediu que fossem feitas modificações no DOS. Portanto, Bill Gates contratou para a sua ainda pequena empresa Tim Paterson, o responsável pelo desenvolvimento do DOS, para a sua ainda pequena empresa, a microsoft.

Com isso, o sistema operacional que foi modificado se tornou o MS-DOS e logo passou a tomar conta do mercado. Isso se deu em função da microsoft vender o MS-DOS junto com o pc para as empresas, ao contrário do que a Digital Research fazia com o CP/M, que vendia apenas o sistema para os usuários finais.

Quando o sucessor do IBM PC, o IBM PC/AT chegou no mercado, o MS-DOS já estava bem estabelecido enquanto que o CP/M já estava nas suas ultimas pernas. Embora a versão inicial do MS-DOS tenha sido bem primitiva, ele foi sendo aprimorado com o tempo com funções do UNIX e até mesmo do CP/M.

Isso já seria motivo suficiente para a Digital Reseach processar a microsoft, já que o CP/M era proprietário e portanto, nenhuma de suas funcionalidades poderia ser reproduzida em outros sistemas. Mas de acordo com o próprio Kildall, naquela época muitos sistemas eram cópias uns dos outros e ele acreditava que a excelência na programação iria ganhar o mercado. Ele manteve essa palavra até a sua morte prematura em 1994, aos 52 anos de idade.

1.3 Xerox, Jobs e o projeto LISA

Como disse anteriormente, os sistemas operacionais não vinham com nenhuma interface gráfica, todos eram baseados em linhas de comando. Isso mudou por conta da pesquisa de Doug Endelbert de Stanford na década de 60. Foi por conta dessa pesquisa que ele idealizou o uso de janelas, ícones, menus e mouse. Essa ideia foi usada pelos pesquisadores da XEROX, uma empresa de tecnologia da época, e foram implementadas nos seus computadores.

Um dia Steve Jobs visitou a sede da Xerox e viu uma das interfaces gráficas da empresa em desenvolvimento e logo percebeu o potencial disso para a Apple, algo que a xerox não tinha tinha se dado conta. Com isso, A Apple mexeu os pauzinhos pra começar o desenvolvimento de uma interface para os seus computadores e surgiu o projeto Lisa, que coincidentemente é o nome da filha de Steve Jobs.

Porém, o projeto Lisa foi um completo fracasso devido ao seu preço e instabilidade e a Apple colocou todos os seus esforços no Macintosh, uma ideia de sistema operacional que começou em 1979.

Já o macintosh foi um sucesso. Sendo lançado em Janeiro de 1984, contou com um icônico comercial no super bowl daquele ano, além de ter sido bem mais barato que o Lisa. Outras características que ficavam a favor do Macintosh é que ele era bem bonito, funcional e amigável ao usuário.

Mas apesar da euforia, as vendas do macintosh não se sustentaram por muito tempo. Um dos motivos era a política da Apple de manter o sistema fechado, o que levou a uma carência de aplicativos e complementos para serem usados no sistema.

Com isso, a Apple convidou muitas empresas de desenvolvimento de software da época para que pudessem resolver esta carência. Mas, pela pouca parcela que a Apple tinha do mercado até então, muitas empresas não aceitaram o convite. Uma das poucas que aceitou foi a Microsoft, já que desde 1981, fazendo parte do desenvolvimento do macintosh.

Essa parceria foi fundamental para a Microsoft, principalmente para desenvolver o seu próximo sistema operacional.

1.4 Janelas da Microsoft – Windows 1.0

As interfaces gráficas estavam gradualmente tomando conta e os sistemas operacionais evoluindo cada vez mais. Os recursos computacionais como memória ram e disquetes com mais capacidade e mais baratos estavam tornando os computadores domésticos cada vez mais acessíveis durante a década de 80.

Acompanhando esse crescimento e um pouco depois de Bill Gates visitar Steve Jobs na Apple e ver o desenvolvimento do Macintosh, a microsoft iniciou o seu projeto de desenvolvimento de uma interface gráfica para o seu sistema operacional e em Outubro de 1985, lançou o Windows 1.0.

O windows 1.0 foi quase inteiramente baseado na interface do macintosh. No dia 22 de novembro de 1985, um pouco depois do lançamento do windows 1.0, a microsoft assinou um acordo de licença com a apple permitindo que as características visuais do macintosh pudessem ser copiadas e usadas no windows, evitando assim problemas judiciais com a apple pela primeira versão.

Apesar de estar em um preço aceitável para o mercado, as vendas do windows foram relativamente poucas. Embora tenham vendido um milhão de cópias, há algumas razões por trás da dificuldade de estabelecer o novo produto no mercado.

Um dos motivos foi a resistência dos usuários em entender como a coisa funcionava. Alguns achavam que era só um interface bonita sem muita utilidade (o que de certa forma era verdade) e a maioria resolveu continuar com o MS-DOS.

Outro motivo era que o sistema era lento. Isso acontecia porque o processador que estava no computador da época – o intel 80260 não tinha capacidade de rodar a interface gráfica do windows de forma eficiente. Somente ao final dos anos 80 com a chegada dos processadores 386 e 486 que a interface passou a rodar de forma mais lisa.

1.5 Janelas da Microsoft – Windows 2.0

O windows 2.0 foi um incremento da versão 1.0. Lançado em 1987, você poderia mover e sobrepor janelas minimizadas, além de algumas melhorias em relação a como o sistema funciona.

Talvez a maior sacada que a microsoft poderia ter tido com o windows 2.0 foi incorporar junto ao sistema dois aplicativos muito úteis mesmo em suas primeiras versões, o famoso word e o excel. Lembre-se que eles eram aplicativos com interfaces gráficas competindo com aplicativos baseados em texto. Só este detalhe já dava a microsoft uma vantagem de mercado imensa.

No mesmo ano, a IBM e a microsoft anunciaram uma parceria para lancarem um novo sistema operacional para os computadores da IBM, chamado OS/2. Porém, como o Windows 2.0 estava crescendo muito rapidamente entre os usuários comuns, a microsoft não viu muito sentido em manter essa parceria e o sistema da IBM nunca decolou de fato, apesar de ter sido oficialmente distribuído.

Além disso, mais para o desgosto da IBM, a microsoft continuou investindo pesadamente no windows enquanto ignorava completamente a parceria com a IBM. É tão verdade que alguns anos depois, eles lançaram o windows 3.0.

1.6 Janelas da Microsoft – Windows 3.0

No dia 22 de maio de 1990, a microsoft lançou o windows 3.0. Esse foi, oficialmente, o sistema de maior sucesso comercialmente até aquele ponto. Foram feitos grandes eventos extravagantes e uma pesada publicidade em cima dele e estima-se que para isso, foi gasto aproximadamente dez milhões de dólares.

Esse foi um dos primeiros sistemas a implementar o recurso multitarefas ao sistema, permitindo que o usuário pudesse rodar mais de um aplicativo por vez, o que já era uma grande vantagem aos sistemas da época e ameaçava pela primeira vez, tirar a dominância do MS-DOS dos computadores pessoais.

A interface do sistema em sí era muito mais bonita e pela primeira vez, você poderia trocar a cor de fundo de sua área de trabalho, apesar de ainda não poder colocar fotos como papéis de parede. Os aplicativos poderiam ser executados através de atalhos que você poderia colocar na área de trabalho e ele administrava muito melhor o uso da memória ram do pc.

Esta versão do windows derrubou de vez os outros aplicativos baseados em texto para escritório da época. Afinal, antes do word e do excel, houveram tentativas de fazer aplicativos do gênero para as interfaces em linha de comando. Porém, a praticidade da interface gráfica deu a palavra final e esses aplicativos foram gradualmente sumindo do mercado.

A microsoft caminhando a passos largos para se estabelecer como o sistema operacional mais utilizado do mundo, em uma estimativa de que 80 a 90% dos computadores hoje rodam windows como sistema operacional. Teve outros personagens importantes nesse processo também, como Linus Torvalds e Richard Stallman, além de outros sistemas que surgiram e cairam nesse período, mas isso vai ficar para outro episódio, quem sabe uma parte 3, o que acham?

Com esse episódio, concluímos o mês de introdução a informática. Eu tentei trazer as coisas mais básicas como histórico e alguns termos conhecidos para que você possa entender o que vem a seguir, eu precisava passar primeiro os conceitos básicos para depois falar de assuntos mais específicos, sempre com o objetivo de aproximar você usuário, a tecnologia.

Eu gostaria de fazer um agradecimento, os números de acessos e downloads tanto do site quando dos episódio em áudio foram aumentando gradualmente, o que significa que este conteúdo está chegando nas pessoas, mas mais importante, as pessoas que me retornaram gostaram do conteúdo e estão entendendo os conceitos básicos. Eu fico imensamente feliz por isso e gostaria de dizer, muito obrigado a você que está ouvindo, você é uma grande parte desse processo.

Para o próximo mês, eu vou falar de um tema que talvez você já deve ter visto em algum lugar, os feeds. Hoje temos várias páginas de feeds, nossas linhas do tempo no facebook, no twitter, no instagram. Mas os feeds não são apenas isso e eles vão muito além das redes sociais e podem ser muito úteis na sua vida. No próximo mês de maio, vou abordar o feed de ponta a ponta, para que serve, como funciona e quais serviços o utilizam.

Por enquanto, é isso. Meio atrasado eu sei, mas espero que você tenha tido uma ótima páscoa e até semana que vem, até mais!

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