Feeds RSS

Começo do Feed RSS

Versão em Áudio

Ao final dos anos 90, a internet estava indo em direção a um futuro promissor e muitos perceberam que estavam fazendo parte de algo grande. Apesar disso, a tecnologia não ajudava. O motor de busca da época, o yahoo não era muito eficiente e tinha certas limitações. Foi diante desse cenário que alguns programadores arregaçaram as mangas e trabalharam para contornar as falhas do atual sistema.

No episódio dessa segunda feira, conheça um pouco sobre as origens do feed rss, um recurso pouco conhecido pelos usuários comuns, mas que se usado bem, pode ser um grande aliado no seu dia a dia. Posso entrar no seu smartphone?

Se me permite, muitíssimo obrigado, meu nome é pétrus davi e esse é o versão beta sobre o começo do feed rss.

Como eu disse no final do episódio anterior, este mês vamos falar especialmente sobre feeds. Você deve estar se perguntando que raio de coisa é essa, já que talvez deve ter visto algo como “feed de notícias” em algum lugar, provavelmente em uma de suas redes sociais.

Mas feed rss é um recurso que não tem muito a ver com redes sociais, vai além até de ser um simples entregador de notícias. Embora tenha tido um começo turbulento e a sua popularidade hoje é relativamente baixa, o feed rss tem um papel importante para a propagação e distribuição de blogs e sites com conteúdos diversos. Mas antes de conhecermos a ferramenta em sí, vamos precisar primeiro de um contexto, mais especificamente de um conceito.

Sindicância da web

Na metade do século XX quando os meios de comunicação como rádio e televisão começaram a ganhar força, algumas pessoas naturalmente tentaram tirar vantagem desses novos meios para conseguir bens, dinheiro ou outras coisas. Para isso, eles precisavam estar sendo vistos, lidos ou escutados pelas pessoas que consumiam conteúdo através desses meios para vender seus produtos ou apresentar suas ideias.

Avançando um pouco no tempo para os anos 90, quando a internet estava a todo vapor e os navegadores e sistemas melhorando cada vez mais, o mesmo processo aconteceu. Pessoas poderosas, grandes empresas e meios de comunicação começaram a se meter na vida das empresas que mantinham esses navegadores e sistemas funcionando.

Para evitar que isso se concretizasse, alguns desenvolvedores começaram a pensar em uma nova forma de distribuir esse conteúdo, sem que beneficiasse pessoas ou corporações. Dessa motivação surgiu a sindicância da web.

A sindicância da web é um conceito mais conhecido nos estados unidos e em outros países. Basicamente a sindicância da web são tecnologias como linguagens e softwares que definam como o conteúdo de sites ou de ferramentas na internet sejam estruturados, organizados e propagados para os seus consumidores. Tem bem mais que isso, mas o importante pra agora é que sem essa sindicância, cada produtor de conteúdo teria que ficar responsável pela plataforma que iria armazenar seu conteúdo além de propagar e se responsabilizar para que esteja disponível ao seu consumidor.

Em uma tentativa de tornar a sindicância possível, muitas empresas e pessoas estavam estudando formas de como levar o conteúdo de sites de forma mais prática. Mas a maioria dessas linguagens eram desenvolvidas por empresas e pensados para que fossem executados apenas no software dessas empresas, não era uma tecnologia que todos poderiam se beneficiar. Essa maçaroca de códigos e linguagens e scripts de programação deixou muitos desenvolvedores passar noites sem dormir.

Alternativas anteriores ao RSS

Como foi dito anteriormente, a sindicância da web passou a ser uma necessidade a medida que a internet foi crescendo. Muito foi sendo criado as pressas e algumas dessas tentativas eram complicadas demais para tentar implementar. Uma dessas primeiras tentativas de modelo para a sindicância da web foi o MCF.

MCF – Meta Content Framework

O MCF (Meta Content Framework) foi desenvolvido por um programador chamado Ramanathan Guha entre 1995 e 1997, que na época trabalhava no grupo de tecnologias avançadas da Apple. O MCF era uma linguagem baseada em XML, uma linguagem de marcação, algo que irei explicar em um outro episódio. Mas o importante é que o MCF tinha a finalidade de mostrar em algumas imagens 3D o conteúdo do site, baseado em seus metadados e a relação entre eles.

Inclusive, enquanto ainda trabalhava pela Apple, o próprio Guha desenvolveu um complemento chamado HotSauce para os navegadores daquele tempo e conseguiu demonstrar com sucesso que o MDF funcionava, depois iria lançar o HotSauce como uma aplicação solo.

Apesar de ao final de 1997 algumas centenas de sites estivessem usando o MCF, muitos usuários da época não viram muito sentido em ver o conteúdo do site sendo mostrado dessa forma e quando Steve Jobs retornou a empresa no mesmo ano, Guha saiu da Apple e foi para a Netscape e juntamente com Tim Bray, outro desenvolvedor que ajudou na criação do XML, desenvolveram outro modelo para sindicância chamado RDF.

RDF – Resource Description Framework

Quando Guha saiu da Apple para trabalhar junto com Tim Bray na netscape, os dois começaram a trabalhar em um novo modelo e logo chegaram no RDF. O RDF inicialmente foi proposto para ser uma modelagem de metadados, até pelas influências que o RDF teve do MCF que já havia sido descontinuado pela Apple.

O RDF foi desenhado para ser, nas palavras de seus desenvolvedores, um “sistema de metadados independente de outros sistemas e livre de fornecedores”, baseado na PICS, um projeto de seleção de conteúdo para a internet que ajudava as pais e professores a controlar o que os alunos acessavam na internet.

O primeiro esboço do RDF surgiu em 1997, escrito por um grupo de representantes de várias empresas como a IBM, Microsoft, Nokia, entre outros.

Embora o RDF tenha caminhado e se estabelecido depois para uma outra finalidade, inclusive sendo usada até hoje, o seu modo de descrição de dados e como ele é construído serviram de base para a criação do Feed RSS, que vamos conhecer agora.

Versões do RSS

A primeira versão de formato de sindicância da web chamado ‘RSS’ foi o RDF Site Summary, criado para rodar no My Netscape Portal, que foi oferecido pela netscape em março de 1999. Era um site que agregava outros canais RSS. Essa primeira versão do RSS foi nominada 0.9.

Em julho de 1999, Dan Libby, da Netscape, produziu uma nova versão, a RSS 0.91, que simplificou o formato removendo elementos RDF e incorporando elementos do formato de distribuição de notícias de Dave Winer.

Esta seria a última participação da Netscape no desenvolvimento de RSS durante oito anos. Como o RSS estava sendo adotado por desenvolvedores Web que queriam que seus feeds fossem usados ​​no My.Netscape.Com e em outros portais RSS, a Netscape abandonou o suporte RSS da My.Netscape.Com em abril de 2001, durante a reestruturação da empresa pela nova proprietária da AOL. removendo documentação e ferramentas que suportavam o formato.

Duas partes surgiram para preencher o vazio, sem a ajuda nem a aprovação da Netscape: o grupo RSS-DEV e Dave Winer, cujo UserLand Software publicou algumas das primeiras ferramentas de publicação fora da Netscape que podiam ler e escrever RSS.

Winer publicou uma versão modificada da especificação RSS 0.91 no site da UserLand, cobrindo como ela estava sendo usada nos produtos de sua empresa, e reivindicou os direitos autorais do documento. Poucos meses depois, o UserLand registrou uma marca nos EUA para o RSS, mas não respondeu a uma solicitação do examinador de marca comercial e a solicitação foi rejeitada em dezembro de 2001.

O grupo RSS-DEV, um projeto cujos membros incluía Guha, o desenvolvedor do MCF que é uma das bases do RSS, produziu o RSS 1.0 em dezembro de 2000. Esta nova versão, que recuperou o nome RDF Site Summary do RSS 0.9, reintroduziu o suporte a RDF.

Em dezembro de 2000, a Winer lançou o RSS 0.92, que incluía um pequeno conjunto de alterações, além da introdução do elemento enclosure, que permitia que os arquivos de áudio fossem carregados em feeds RSS e ajudassem a desencadear podcasts. Ele também lançou rascunhos de RSS 0.93 e RSS 0.94 que foram posteriormente retirados.

Em setembro de 2002, a Winer lançou uma nova versão importante do formato, RSS 2.0, que redobrou suas iniciais Really Simple Syndication. O RSS 2.0 removeu algumas funções adicionadas no rascunho do RSS 0.94 e adicionou suporte para os nomes de espaço. Para preservar a retrocompatibilidade com o RSS 0.92, o suporte aos nomes se aplica somente a outros conteúdos incluídos em um feed RSS 2.0, não aos elementos RSS 2.0 em si. (Embora outros padrões, como o Atom, tentem corrigir essa limitação, os feeds RSS não são agregados a outros conteúdos com a freqüência suficiente para transferir a popularidade do RSS para outros formatos com suporte total.)

Como nem o Winer nem o Grupo de Trabalho RSS-DEV tinham o envolvimento da Netscape, eles não podiam fazer uma declaração oficial sobre o nome ou formato RSS. Isso alimentou a controvérsia em curso na comunidade de desenvolvimento de sindicatos sobre qual entidade era a editora adequada de RSS.

Um produto desse debate contencioso foi a criação de um formato de distribuição alternativo, o Atom, que começou em junho de 2003. O formato de distribuição Atom, cuja criação foi em parte motivada pelo desejo de ter um início livre das questões que envolvem o RSS. foi adotado como IETF Proposta Norma RFC 4287.

Em julho de 2003, Winer e UserLand Software atribuíram os direitos autorais da especificação RSS 2.0 a um dos centros sociais de Harvard, onde ele havia acabado de iniciar um período como bolsista visitante. Ao mesmo tempo, Winer lançou a bancada conselheira do RSS, um grupo cujo objetivo era manter e publicar a especificação e responder a perguntas sobre o formato.

Em setembro de 2004, Stephen Horlander criou o agora onipresente ícone RSS.

Ícone do Feed RSS
Ícone do Feed RSS

Em dezembro de 2005, a equipe do Microsoft Internet Explorer e a equipe do Microsoft Outlook anunciaram em seus blogs que estavam adotando o ícone RSS do Firefox. Em fevereiro de 2006, o Opera Software seguiu o exemplo. Isso efetivamente tornou o quadrado laranja com ondas de rádio brancas o padrão da indústria para feeds RSS e Atom, substituindo a grande variedade de ícones e textos que haviam sido usados ​​anteriormente para identificar dados de distribuição.

Em janeiro de 2006, Rogers Cadenhead relançou a diretoria conselheira do RSS sem a participação de Dave Winer, com o desejo declarado de continuar o desenvolvimento do formato RSS e resolver ambiguidades. Em junho de 2007, a diretoria revisou sua versão da especificação para confirmar que os namespaces podem estender os elementos principais com atributos de namespace, como a Microsoft fez no Internet Explorer 7. De acordo com a opinião da diretoria, uma diferença de interpretação deixou os desenvolvedores inseguros se isso era permitido ou proibido.

Por hora isso é tudo, essa pequena ferramenta que pode levar uma série de conteúdos pra você teve um início conturbado e mesmo assim, se estatabeceu na internet como um importante meio de distribuição de conteúdo. Para ver como utilizar e como os canais RSS pode te ajudar, na próxima segunda falo um pouco desses dois conceitos. Vejo você na próxima segunda, até lá!